sexta-feira, 5 de março de 2010

Alemanha - Parte 2

Em Munique não fiz nada de muito importante. Eu ia pra lanhouse tentar decidir meu próximo destino e conversar com a minha mãe; e andava pela cidade o resto do tempo. Deve ser gostoso morar lá, eu moraria. Mas como turista não vi nada tão especial que me faça lembrar agora. Voltei do castelo e fui andando até o estádio olímpico. Devo ter andado uns 45 minutos. Todos me falavam para pegar um ônibus, mas não adianta, eu e minha mania de querer fazer tudo andando. Sorte minha, lá estava tendo um evento bem bacana, com muito comércio e comidas variadas. E acontecia o show de alguém importante também (para todos, não para mim). Acabei voltando de graça de ônibus e metrô, graças a esse evento, iuhu.
Ai ai, chegou a hora de contar sobre a minha queridinha, Freiburg. Logo que cheguei na estação de trem já sabia que ia gostar da cidade. Fui a pé até o albergue (como sempre) - Black Forest - e me perdi porque não tinha nenhum mapa. O albergue na verdade é uma casa, e muito gostosa e confortável. Não parece um albergue at all. O recepcionista era super gentil, atencioso e calmo. Conversamos em francês e ele me mostrou o albergue e deu dicas de passeios. Na sala de estar, que é enorme, tem vários sofás, violão, piano, espaço para crianças, mesa de bilhar, ping pong, livros etc. A cozinha é grande e tem todo o equipamento necessário para cozinhar, tais como panelas, pratos, sal, manteiga, tempeiros etc. O quarto fica do lado de um riacho, muito gostoso dormir escutando-o. O único problema é que o moço da cama do lado roncava muito. Uma hora que eu não aguentava mais ouvir aquilo, contei até 3 e dei um tapão na mesinha ao lado. Conclusão: acordei todo mundo mas a peste continuou a dormir e roncar. Bendito tampão que levo sempre comigo.

À frente dessa Igreja, havia algo bem interessante. Além de brinquedos para as crianças, como um parque de diversões, as pessoas montavam barraquinhas para vender tudo o que não queriam mais. Era tudo quanto é tipo de coisa: desde discos de vinil até papel higiênico usado (= aberto, não sujo). Bem bacana.


A cidade é extremamente fofa e eu dei sorte porque lá também acontecia um festival e tinha banda para todo lado, mesas, bebidas baratas e gente. Acabei comprando 3 blusas e 2 sorvetes. A Europa estava bem quente nessa época!
À noite voltei para o albergue e fiz spaguetti ao sugo, prato preferido dos mochileiros haha.
Jantei com uma francesa xamânica, bem gente boa ela. Lavamos a louça (é assim que funciona em albergue, você limpa a caca que faz) e fomos para a sala de estar. Havia um grupo de 20 gaúchos que estavam lá para se apresentar com dança típica alemã (agora imagine 20 alemães vindo para o Brasil para dançar samba). Fiquei até tarde conversando com todo mundo, fazendo música, dançando, até que veio o cara do albergue dizer que estávamos fazendo muito barulho, hihi. Desculpa aí hein, somos brasileiros, amigo.






Acordei cedinho e fui passear na montanha, subir até o topo dela, onde tinha uma torre mirante. Cheguei lá em cima bem suada, até tirei foto, toda orgulhosa (complexo de sedentários). Na descida, encontrei uma outra francesa que estava no mesmo quarto que eu. Voltamos juntas para o albergue. Cozinhei macarrão com soja para todo mundo e almoçamos todos felizes: eu, a francesa, e um mexicano penetra (brincadeirinha).






Fomos juntos para a estação de trem porque todos tínhamos um trem para pegar. Infelizmente, para destinos diferentes. O meu era Heidelberg!




domingo, 28 de fevereiro de 2010

Alemanha - Parte 1


Olá amigos!

Como passei 13 dias na Alemanha com um passe de trem ilimitado, não vi pouca coisa. Então resolvi separar em vários posts (ainda não sei quantos).
Essa primeira parte é sobre minha visita à Munique e Füssen.
Em Munique, tive o pior atendimento possível no albergue. A recepcionista era extremamente grossa (grossa mesmo, não seca). Fazia tempo que eu não me estressava tanto, me subiu o sangue à cabeça. Bom, eu fiz algumas confusãozinhas com máquina de comprar moeda pra colocar na máquina de lavar e secar. Vê? Até falando é complicado, imagina fazendo. Enfim, logo comprei chocolate e desestressei hihihi. O primeiro dia reservei pra planejar o que eu faria nos próximos dias, na lanhouse; e comprar uma câmera porque com a minha velha já não dava mais.
No segundo dia acordei cedinho para ir à Füssen, visitar o Schloss Neuschwanstein - o castelo que a Disney se inspirou para fazer o castelo da Cinderela - lindo de morrer (ou viver?!). Tomei o delicioso café da manhã, praticamente um banquete, que servia pão de forma, manteiga e chá (Olha gente, é sarcasmo, tá?!). Foi o pior albergue que fiquei, definitivamente.
No trem, fui conversando com uma família chilena muito simpática. Chegando na cidade, tínhamos que pegar 2 ônibus para chegar ao castelo, mas acabei pegando um taxi com eles.
A vovó da família tinha 90 e tantos anos e mesmo assim aguentou firme no caminho que só dava pra fazer a pé. E era subida ainda.
Eu estava empolgadíssima. Com tudo. O cenário era maravilhoso, a família simpatissíssima e estávamos nos aproximando do castelo mais bonito que já vi por fotos.





A visita no castelo é feita em grupos pré-determinados. E temos um tempo certo para permanecer em cada cômodo. Esse foi o único ponto fraco da visita. O castelo é lindo demais por dentro e por fora. O único porém é que estava reformando, como todos os monumentos da Europa, hunf.
Me senti muito bem dentro dele. É tudo bem decorado e de bom gosto. Minha mão até formigava de querer tirar foto (não podia). Mas não teve problema, depois fui na lojnha e tirei foto dos cartões postais.
Comemos algo no restaurante do castelo e saimos. Havia uma trilhazinha no caminho e óbvio que não resisti e fui xeretar. Os dois meninos foram comigo. A trilha dava numa linda cachoeira. Fiquei um tempinho lá.
Subimos de novo e avistei outra trilha. A família disse que tinha que ir embora pois iriam pegar outro trem em Munique. Tiramos uma foto, nos despedimos e segui a outra trilha. Pimba! Era trilha que dava na ponte altíssima que tinha a melhor vista do castelo.
Fui para o ponto de ônibus e começou a chover do jeito que chove em SP e alaga a cidade inteira em 15 minutos. Esperei uns 45 minutos e o ônibus chegou. Quando desci, lembrei que deveria pegar ainda outro ônibus. Só dava eu encharcada, sorrindo e descendo a rua pra pegar outro ônibus, que demoraria mais uma meia hora. Acabei puxando papo com uns garotos da Guatemala pra passar o tempo mais rápido. Depois sentamos juntos no trem a caminho de Munique.
Meu passeio em Munique conto no próximo post. Esse aqui já está muito grande.
Bye!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Áustria









































Preciso me adiantar aqui, ainda faltam pelo menos 2 postagens pra completar esse blog. Logo vou fazer outro blog, pois, pra quem não sabe, vou trabalhar em navios de cruzeiro durante 9 meses, e pretendo fazer um blog com várias informações sobre esse tipo de trabalho. Daqui pouco menos de 2 meses começo.

(...) Depois de quase ter uma parada cardíaca no primeiro trem, com medo de não chegar a tempo de pegar o noturno até Viena, deu tudo certo, ufa.
O albergue fica no terreno de um super hotel, que chama "castelo" alguma coisa, então já imaginam, né? A vista era linda! Viena é uma cidade grande com arquitetura e construções particulares. Parece bem organizada e me senti segura lá.
No primeiro dia fui a um castelo chamado Belvedere. Eles possuem a coleção de quadros que hoje é a minha preferida. Acho que nunca passei tanto tempo observando cada quadro. É incrível o efeito de iluminação que os artistas dão. Ainda não entendo porque alguns pintores gostam tanto de fazer bebês com cara de demoninhos.
No resto dos dias fui conhecendo o que a cidade tem a oferecer. Quase tudo gira em torno do histórico musical que eles têm. O turismo funciona basicamente por isso. Fui assistir um concerto pequeno, mas num lugar que Mozart tocou quando tinha 7 anos, com sua irmã (irmã dele, não tua). Tinha um casal de bailarinos. Ah, foi engraçado e bonitinho, mas bem simples. Até que valeu. As ruas lá são bem limpas e "clean", no sentido de não ter poluição visual, tudo é bem aberto e é tudo bem tranquilo. Enfim, eu não moraria lá, acho tranquilo até demais pra uma cidade grande. O bom é que havia um festival de verão numa praça, com barracas de comidas do mundo inteiro, e música boa também.

Havia descoberto que meu primo Felipe estava na Áustria também. Então fui pra Innsbruck encontrá-lo. Cheguei lá na estação e ele já estava me esperando. O albergue era uns 20 minutos caminhando da estação. A cidade se localiza no meio de umas montanhas, é bem bonita. E o tempo estava relativamente bom, tinha sol mas chuviscava de vez em quando (isso em todos os dias que eu fiquei na Áustria e Alemanha). Andamos pelo centrinho, que é bem bonitinho e tinha bons sorvetes.
No dia seguinte, acordei às 5h50 para ir numa aula de Qi Gong gratuita (prática corporal meditativa chinesa), que acontecia num parque todos os dias. A mulher ensinou coisas interessantes, pena que era tudo em alemão e não entendi nada hihihi. Voltei para o albergue e fomos tomar café da manhã. Perto do albergue tinha uma montanha e fizemos uma trilha bem bacana lá. Entrar em contato com a natureza parece que preenche minha alma, é sempre tão bom...
No dia seguinte fomos para Salzburg e andamos sem rumo. A chuva parecia não parar nunca. Não sei se havia muita coisa para ver naquela cidade, optamos por ir ao museu e ex casa de Mozart. Foi bem interessante saber um pouco da vida desse gênio, ler algumas cartas que ele enviou e recebeu. Havia vários tipos de pianos que ele tocara quando mais jovem. Achei bem útil para o Felipe, já que é outro geninho da música e toca piano lindamente.
No outro dia nos separamos: eu fui pra Munique e Felipe foi para Viena encontrar o meu irmão.

ps: As casas austríacas são muito lindas e fofas.
ps2: Desisto de tentar colocar as fotos na disposição que quero nesse blog.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Itália

Em Lyon, fiquei até às 4h de manhã acordada no PC tentando decidir pra onde ia, foi uma escolha muito difícil, pois quase todos os albergues já estavam lotados. Achei um camping em Florença com vaga e pra lá que eu fui. Na verdade não havia mais vaga no trem noturno, mas eu não tinha mais opção. Peguei 2 trens, e nas 2 gares me falaram que não tinha mais lugar mesmo no trem noturno para Florença. Bom, teimosa como eu, fui até Paris, quase, pra pegar o tal trem noturno, sem reserva mesmo. Logo que entrei conversei com o chefe de bordo - o cara mais gente boa que já vi - e ele prontamente me vendeu o último lugar do trem, e ainda pelo preço normal de reserva, como se eu tivesse comprado dias antes. A cabine tinha 6 camas, 5 das pessoas eram vietnamitas e uma brasileira, eu. Peguei a cama de cima e o cara do meu lado, quase idoso, não parou de falar por umas 3 horas. Ele comia de um jeito engraçado. Dormi relativamente bem e o guardinha veio me acordar, pois chegaríamos em Florença em pouco tempo. Há, quem dera. O trem atrasou nada menos que 4 horas e meia!!! Eu podia ter dormido tudo isso a mais, mas a gente mal sabia onde estava, e sempre achava que ia chegar logo.
Em Florença peguei um ônibus até o Camping, que se localiza onde temos a vista mais bela da cidade. Eu pensava que dormiria num colchão no chão, mas eram camas de verdade dentro de uma barraca. Não havia banheiro, tomada ou armário lá, por isso paguei só 13 euros. Tive que ficar algumas horas plantada no banheiro esperando o celular carregar. Era isso ou pagar us 2 euros pra deixar 12 horas num armarinho com tomada. Mão de vaca sempre, esse é o meu lema.







Resolvi ir ao centro à pé. Péssima escolha. O mapa que me deram no camping era horrível, mal feito. Perdi a entradinha e fiquei andando uns 40 minutos na estrada, até descobri que tinha que voltar tudo (mais 40 minutos). A cidade é repleta de grupos de uns 20 turistas cada. Bem difícil ficar desviando deles (sabe como é, não quero perder tempo na vida). Conheci a cidade inteira em poucas horas (não entrei em nada), voltei pro camping e dormi bem e sozinha na tenda.



No dia seguinte fui à Roma. Peguei qualquer trem, e o que demoraria 2h demorou 4h. Nisso eu achei que ia ter que botar os pés em Roma e já voltar. Acabei ficando 3h na cidade. Fui de metrô até o Vaticano. A fila pra entrar na Basílica de São Pedro era absurda de grande, demoraria umas 3 horas pra entrar. Desisti na hora. Logo à frente, tinha um centro de informações turísticas, fui lá pegar um mapinha. O mapinha foi uma mão na roda pra mim. O moço desenhou um percurso onde eu conheceria quase todos os pontos turísticos em poucas horas.












Fiz tudo correndo e posso dizer que vi 85% de Roma, sem entrar em nada. Eu bem que queria entrar no Fórum Romano e no Coliseu.











Roma foi a cidade que mais me surpreendeu. Confesso que achei que seria um programa de velho, tudo bem "bah", mas não foi. E na verdade, nunca me interessei muito pela Itália. Caramba! Roma é um museu a céu aberto, todo lugar que você vá, vai ver ruínas da época do Império Romano. É tudo tao grandioso. Até aquelas avenidas im-pos-sí-veis (separei certo as sílabas?) de atravessar. E olha que não sou nenhuma velhinha, posso facilmente correr relativamente rápido. Mas sofri muitooo pra atravessá-las. Bom, estou viva, não estou?
Fui numa igreja do século 4!!!! Nossa, muito velha. Veio um senhorzinho me explicar tudo. Ele ficou uns 40 minutos contando sobre a igreja. Pena que era tudo em italiano e não entendi nada. Bom, deixei o velhinho fazer a boa ação do dia dele =)
Pedir informação na rua é um inferno. Ou é turista e está tão perdido quanto eu, ou é alguém que não fala inglês. Raios.
Voltei para a estação de trem e peguei o primero trem pra Florença que vi. E dessa vez não demorou muito pra chegar.

Era dia do Santo não-sei-das-quantas e haveria festa e fogos no país inteiro. Voltei andando da estação de trem até o camping. O problema (ou não) é que soltariam os fogos na praça do lado do camping, e não me deixavam passar por lá!!!! Tive que dar uma volta enorme por trás da estradinha, numas ruelas. Depois de muito subir e descer, cheguei suando no camping. Me troquei rapidinho para ver os fogos. E que fogos! Que Rio que nada, minha gente, o que pega é Florença! hahaha, foi lindo mesmo!



























Fui dormir umas 23h30 pra acordar às 10h, comer meu pão e queijo comprados no mercadinho e ir pra rua. Eu ia num museu e igreja. Museu era caro demais, e igreja não deixava entrar de shorts e blusa sem manga. Estava muito quente, eu não ia ficar de calça nem que me pagassem. Fui numa lanhose decidir o que faria no dia seguinte e após fui na estação fazer algumas reservas (depois de ficar meia hora conversando com a moça da bilheteria).
Acabei indo pra Pisa. Bem legal a torre caindo, mas tive a impressão que a base é mais inclinada que o topo. Talvez minha visão engenharística esteja errada (óbvio que está). Para subir eram 12 euros. Não preciso falar se paguei ou não ......(NÃO, NÃO PAGUEI, CLARO QUE NÃO!).
Senti falta de alguém comigo lá. Eu também queria tirar fotos engraçadas e clichês, mas ninguém tirava foto direito lá! Sou frustrada por isso, então não comentem comigo, ok?
Comi um macarrão num lugar qualquer. Paguei caro e comi pouco, hunf.















































No outro dia peguei minhas coisas e fui pra Veneza. Eu tinha esperança de pegar um trem noturno de lá pra Viena, na Áustria. Deixei minhas malas no....tá, não sei o nome em português, lá na estação mesmo e fui passear na cidade, eu não tinha muito tempo. Comprei o mapa à toa. Nunca vi tanta rua em tão pouco espaço na minha vida. Mapas são inúteis em Veneza, você nunca vai ter paciência de se achar ali, e se tiver, vai ser assolado pela multidão.
Fui andando sem rumo mesmo (adoro isso). A cidade é cheia de lojas de máscaras!!! E de sorvetes, é o que mais tem. O gosto nem se discute, acho que melhor do mundo! Estava muito calor no dia. Andei bastante e vi bastante também. Como sempre, não entrei em nada. Me estressei um pouco lá. Passei aqueles 2 minutos de rotina explicando pro cara da lanchonete que eu não comia nenhum tipo de carne. E não é que ele foi e pegou um macarrão com carne? Era um troço pra viagem, só fui perceber quando estava longe (e atrasada). O bom é que eu tinha andado numa linha reta, então soube voltar. Claro que fiz ele trocar pra mim, hunf. Corri muito e cheguei a tempo de pegar o trem de volta à Florença (era o único jeito).



















































O trem foi parando, parando e parou. Eu tinha escolhido horários certinhos pra chegar na estação e logo pegar o trem noturno pra Áustria. Eu fui ficando aflita de não chegar nunca. Estava quase abrindo a porta à força e saindo correndo. Eu ia perder muito dinheiro se aquele trem não chegasse a tempo.
E não chegou.
Mas como tudo é organizadamente atrasado na Itália, o trem noturno também atrasou, ufa. E que venha o sistema parassimpático, enfim (piada interna para quem faz biológicas).





quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Lyon e Saint-Etienne

Olá amiguinhos fantasmas (palavra do dia: fantasma),
Antes de tudo, quero agradecer imensamente o fofo do Luan, um menino de Americana que comentou meu último post. Saiba que você é um dos motivos de eu continuar postando nesse blog (ainda que de vez em nunca). E que se houver outros como ele, por favor, dêem um "oizinho".






(...) quase nada em Barcelona estava me agradando, exceto a feira de frutas com os sucos maravilhosos. De uma hora pra outra resolvi deixar a cidade, só não sabia pra onde ia. Liguei para Solène, francesa que veio estudar na minha faculdade em SP. Eram 21h aproximadamente e perguntei se eu podia ir pra casa dela no outro dia. Detalhe: ela mora em Lyon, França. Ela conversou com a mãe e pai e disse que eu poderia ir sim. O que eu não sabia é que o dia seguinte era o Dia dos Pais lá na França, e ela passaria na casa do pai dela, que é separado da mãe.
Peguei vááários trens, acho que uns 4, só para ir de Barcelona até Lyon. Valeu a pena. Em uma das conexões, tive que esperar umas 3h em uma estação de trem que não tinha nada, era minúscula e não havia nem cidade, era só estrada hahaha. Bom, chegando nessa estação, eu tinha que reservar meu bilhete para o próximo trem, só que quando fui reservar, o "fofo" do vendedor disse que não havia mais lugares e que eu tinha que esperar até não sei quando, talvez até o outro dia. Ele não sabia com quem estava falando!!! Hunf...Enfim, desencanei disso e fui dar uma volta na cidade fantasma. Todas as outras pessoas ficaram hiper entediadas na estação fantasma durante as 3h. Eu, com meu mochilão e malinha de rodinhas, fui andando, andando, até que descobri o mar!!! Eu nem sabia que estava perto do mar ahahaha, foi tão lindo. Mas vocês não acreditam no vento de lá. Teve uma hora que fiquei com medo de ser jogada para o mar (calma mãe, estou inteira). Nossa, estou enrolando muito nisso que nem tem importância...ok, próximo parágrafo.







Peguei o trem sem bilhete mesmo (intrometida master) e tudo deu certo. Cheguei em Lyon e a Solène já estava lá esperando. Pegamos outro trem para Saint-Etienne, cidade onde mora o pai dela. Conheci a casa que eles construiram quase inteira, bem bonita. Eles têm um super jardim com uma super horta, super vista e super árvores com frutas deliciosas. Realizei o sonho da minha vida....COMI CEREJA DO PÉ. Tinha milhares de cerejas bem escuras, suculentas, pedindo para serem comidas. Óbvio que fiquei com disenteria no outro dia, mas isso não importa. Eles me acolheram incrivelmente bem, me senti em casa. No outro dia visitamos uma mina (mina de mina, não de garota) e foi bem legal, eu nunca tinha visitado uma antes. Nesse mesmo dia fomos para Lyon de carro, pois o pai da Sol ia pegar o TGV para Paris e a Sol ia ficar com o carro, iuhu. Era a chegada da primavera, e na França inteira fazem a Festa da Música, com várias bandas e atrações espalhadas pela cidade. À tarde a Sol me mostrou a cidade inteira: me mostrou a parte velha da cidade que é em uma colina; fomos em uma Igreja maravilhosa, fizemos campeonato pra ver quem cuspia o caroço da cereja mais longe (estávamos lá em cima), visitamos o anfiteatro romano construído no século 1. Isso mesmo, 1. Aliás, Lyon é uma cidade muito antiga, ela foi fundada em 43 a.c. pelos romanos. À noite passeamos na cidade inteira com os amigos dela. Havia muuuitas bandas distribuídas na cidade inteira. E tinha muita gente também. Foi bem divertido, adorei os amigos dela. E ela é demais também, eu rio o tempo todo com ela. O irmão dela também é um xuxuzinho...a gente foi buscar ele na escola e ele fica o tempo todo brincando com ela, e não pára de falar também (por que as crianças que cuidei não eram assim?)











Essa história merece um parágrafo só para ela. Saindo da casa dela, indo para a festa, estava meio quente, meio frio (meio São Paulo), então resolvi levar uma blusa na mão mesmo. Quando saímos do metrô eu já não estava mais com ela. Tive uma histeria porque era a única blusa que eu tinha levado nessa viagem (de manga). Ok, perdi, já era, depois me conformei. No outro dia, fomos buscar o irmão da Sol na escola e na volta quem eu vejo?? Minha blusa querida, embaixo de um carro, toda estrupiada. Ela devia ter sido atropelada várias vezes. Como uma boa sem-teto, peguei a blusa para continuar comigo na minha jornada (agora ela está sã e salva no meu armário). Tadinha, passou por maus bocados.


Esses meus 2 dias com a Solène foram muito bons, me senti muito em casa e querida. Sol, muito obrigada por ter me recebido, você é uma ótima amiga. Tudo de bom pra você! Na última noite, fiquei até umas 3h resolvendo para onde eu ia no dia seguinte, e tomei uma decisão louca de novo ahahaha. Bom, fica pro próximo post.
Beijos!