terça-feira, 24 de novembro de 2009

Itália

Em Lyon, fiquei até às 4h de manhã acordada no PC tentando decidir pra onde ia, foi uma escolha muito difícil, pois quase todos os albergues já estavam lotados. Achei um camping em Florença com vaga e pra lá que eu fui. Na verdade não havia mais vaga no trem noturno, mas eu não tinha mais opção. Peguei 2 trens, e nas 2 gares me falaram que não tinha mais lugar mesmo no trem noturno para Florença. Bom, teimosa como eu, fui até Paris, quase, pra pegar o tal trem noturno, sem reserva mesmo. Logo que entrei conversei com o chefe de bordo - o cara mais gente boa que já vi - e ele prontamente me vendeu o último lugar do trem, e ainda pelo preço normal de reserva, como se eu tivesse comprado dias antes. A cabine tinha 6 camas, 5 das pessoas eram vietnamitas e uma brasileira, eu. Peguei a cama de cima e o cara do meu lado, quase idoso, não parou de falar por umas 3 horas. Ele comia de um jeito engraçado. Dormi relativamente bem e o guardinha veio me acordar, pois chegaríamos em Florença em pouco tempo. Há, quem dera. O trem atrasou nada menos que 4 horas e meia!!! Eu podia ter dormido tudo isso a mais, mas a gente mal sabia onde estava, e sempre achava que ia chegar logo.
Em Florença peguei um ônibus até o Camping, que se localiza onde temos a vista mais bela da cidade. Eu pensava que dormiria num colchão no chão, mas eram camas de verdade dentro de uma barraca. Não havia banheiro, tomada ou armário lá, por isso paguei só 13 euros. Tive que ficar algumas horas plantada no banheiro esperando o celular carregar. Era isso ou pagar us 2 euros pra deixar 12 horas num armarinho com tomada. Mão de vaca sempre, esse é o meu lema.







Resolvi ir ao centro à pé. Péssima escolha. O mapa que me deram no camping era horrível, mal feito. Perdi a entradinha e fiquei andando uns 40 minutos na estrada, até descobri que tinha que voltar tudo (mais 40 minutos). A cidade é repleta de grupos de uns 20 turistas cada. Bem difícil ficar desviando deles (sabe como é, não quero perder tempo na vida). Conheci a cidade inteira em poucas horas (não entrei em nada), voltei pro camping e dormi bem e sozinha na tenda.



No dia seguinte fui à Roma. Peguei qualquer trem, e o que demoraria 2h demorou 4h. Nisso eu achei que ia ter que botar os pés em Roma e já voltar. Acabei ficando 3h na cidade. Fui de metrô até o Vaticano. A fila pra entrar na Basílica de São Pedro era absurda de grande, demoraria umas 3 horas pra entrar. Desisti na hora. Logo à frente, tinha um centro de informações turísticas, fui lá pegar um mapinha. O mapinha foi uma mão na roda pra mim. O moço desenhou um percurso onde eu conheceria quase todos os pontos turísticos em poucas horas.












Fiz tudo correndo e posso dizer que vi 85% de Roma, sem entrar em nada. Eu bem que queria entrar no Fórum Romano e no Coliseu.











Roma foi a cidade que mais me surpreendeu. Confesso que achei que seria um programa de velho, tudo bem "bah", mas não foi. E na verdade, nunca me interessei muito pela Itália. Caramba! Roma é um museu a céu aberto, todo lugar que você vá, vai ver ruínas da época do Império Romano. É tudo tao grandioso. Até aquelas avenidas im-pos-sí-veis (separei certo as sílabas?) de atravessar. E olha que não sou nenhuma velhinha, posso facilmente correr relativamente rápido. Mas sofri muitooo pra atravessá-las. Bom, estou viva, não estou?
Fui numa igreja do século 4!!!! Nossa, muito velha. Veio um senhorzinho me explicar tudo. Ele ficou uns 40 minutos contando sobre a igreja. Pena que era tudo em italiano e não entendi nada. Bom, deixei o velhinho fazer a boa ação do dia dele =)
Pedir informação na rua é um inferno. Ou é turista e está tão perdido quanto eu, ou é alguém que não fala inglês. Raios.
Voltei para a estação de trem e peguei o primero trem pra Florença que vi. E dessa vez não demorou muito pra chegar.

Era dia do Santo não-sei-das-quantas e haveria festa e fogos no país inteiro. Voltei andando da estação de trem até o camping. O problema (ou não) é que soltariam os fogos na praça do lado do camping, e não me deixavam passar por lá!!!! Tive que dar uma volta enorme por trás da estradinha, numas ruelas. Depois de muito subir e descer, cheguei suando no camping. Me troquei rapidinho para ver os fogos. E que fogos! Que Rio que nada, minha gente, o que pega é Florença! hahaha, foi lindo mesmo!



























Fui dormir umas 23h30 pra acordar às 10h, comer meu pão e queijo comprados no mercadinho e ir pra rua. Eu ia num museu e igreja. Museu era caro demais, e igreja não deixava entrar de shorts e blusa sem manga. Estava muito quente, eu não ia ficar de calça nem que me pagassem. Fui numa lanhose decidir o que faria no dia seguinte e após fui na estação fazer algumas reservas (depois de ficar meia hora conversando com a moça da bilheteria).
Acabei indo pra Pisa. Bem legal a torre caindo, mas tive a impressão que a base é mais inclinada que o topo. Talvez minha visão engenharística esteja errada (óbvio que está). Para subir eram 12 euros. Não preciso falar se paguei ou não ......(NÃO, NÃO PAGUEI, CLARO QUE NÃO!).
Senti falta de alguém comigo lá. Eu também queria tirar fotos engraçadas e clichês, mas ninguém tirava foto direito lá! Sou frustrada por isso, então não comentem comigo, ok?
Comi um macarrão num lugar qualquer. Paguei caro e comi pouco, hunf.















































No outro dia peguei minhas coisas e fui pra Veneza. Eu tinha esperança de pegar um trem noturno de lá pra Viena, na Áustria. Deixei minhas malas no....tá, não sei o nome em português, lá na estação mesmo e fui passear na cidade, eu não tinha muito tempo. Comprei o mapa à toa. Nunca vi tanta rua em tão pouco espaço na minha vida. Mapas são inúteis em Veneza, você nunca vai ter paciência de se achar ali, e se tiver, vai ser assolado pela multidão.
Fui andando sem rumo mesmo (adoro isso). A cidade é cheia de lojas de máscaras!!! E de sorvetes, é o que mais tem. O gosto nem se discute, acho que melhor do mundo! Estava muito calor no dia. Andei bastante e vi bastante também. Como sempre, não entrei em nada. Me estressei um pouco lá. Passei aqueles 2 minutos de rotina explicando pro cara da lanchonete que eu não comia nenhum tipo de carne. E não é que ele foi e pegou um macarrão com carne? Era um troço pra viagem, só fui perceber quando estava longe (e atrasada). O bom é que eu tinha andado numa linha reta, então soube voltar. Claro que fiz ele trocar pra mim, hunf. Corri muito e cheguei a tempo de pegar o trem de volta à Florença (era o único jeito).



















































O trem foi parando, parando e parou. Eu tinha escolhido horários certinhos pra chegar na estação e logo pegar o trem noturno pra Áustria. Eu fui ficando aflita de não chegar nunca. Estava quase abrindo a porta à força e saindo correndo. Eu ia perder muito dinheiro se aquele trem não chegasse a tempo.
E não chegou.
Mas como tudo é organizadamente atrasado na Itália, o trem noturno também atrasou, ufa. E que venha o sistema parassimpático, enfim (piada interna para quem faz biológicas).