segunda-feira, 22 de março de 2010

Mônaco e Cap D'Ail

Cheguei em Mônaco toda perdida, pois não havia reservado nenhum albergue para aquela noite. Meu bilhte eurail tinha vencido então eu teria que comprar cada bilhete de trem dali pra frente. Na estação de trem perguntei se eles conheciam algum albergue lá e disseram que não havia nenhum, só hotéis. Gelei nessa hora. Aí a mulher continuou e falou que havia um tipo de albergue na cidade do lado, chamada Cap D'Ail. Comprei o bilhete por 1,2 euros, bem baratinho.
No albergue não tinha nenhuma alma viva, e estava quase tudo trancado. Só havia uma porta aberta, era uma salinha de coisas de limpeza. Deixei minha mala lá com um bilhete falando que voltaria umas 16h e voltei para Mônaco hihihi. No trem, que dura 3 minutos, fui conversando com uma suíssa que tinha a minha idade e é Au Pair em Mônaco (como eu fiz na França).
Ela me mostrou o cassino e uma prainha meio escondida, e depois foi embora.













Fiquei nessa prainha, onde devia haver umas 10 pessoas (essa da foto é a praia principal). Nadei bastante, muito bom. É dificil viajar sozinha para o litoral, não dá pra ir nadar e deixar a bolsa sem supervisão. Mas bah, eu estava em Mônaco, onde as pessoas ganham por mês o que provavelmente vou ganhar a vida inteira.
Voltei para o albergue quando estava anoitecendo, e finalmente, havia muita gente lá, fiquei aliviada. Falei com o responsável, que me colocou num quarto com mais 3 meninas. Eu não tinha almoçado nem jantado no dia anterior e nesse dia não tinha comido nada (mãe, por favor não me mate). Algumas pessoas estavam jantando lá, então perguntei sobre. Ele falou com a cozinheira e cobrou 5 euros por um prato com omelete, batatas cozidas e salada, muito bom. Em Mônaco eu pagaria 14 euros pelo mesmo prato (sério). Lá é tudo MUITO caro, ainda mais que Paris.
O albergue na verdade é uma grande casa ex residência de alguém. É linda, grande, espaçosa, confortável e de frente para o mar. O meu quarto tinha uma varanda que também dava para o mar. Foi a melhor coisa dormir ouvindo a água batendo nos rochedos.





Na manhã seguinte fui para uma praínha ali perto com um chinês de meia idade que não pára de falar 1 minuto (ah, se eu soubesse disso antes...). Fizemos uma trilha contornando o mar até essa praínha. A praia é lindíssima, pequena e "no meio da montanha", a água é azul cristalina, dá pra enxergar o fundo da água, não importando quantos metros de profundidade, é incrível. O único "problema" é que a praia não tem areia, só pedrinhas que machucam e deixam marcas. Mas tudo bem, odeio a sensação de areia grudada no corpo mesmo.





Às 13h subimos para o centro (outra trilha, mas é só subida). O centro de Cap D'Ail é literalmente só uma rua com 2 restaurantes, pontos de ônibus e umas lojinhas. Comi salada e roubei metade da torta de abobrinha do chinês. Ele roubou minha salada também. Foi uma troca justa.
Depois do almoço fomos para Mônaco de ônibus, que custou só 1 euro. Lá visitei o palácio, quer dizer, só o pátio, não entrei. Eu só sabia que Mônaco é um principado, seja lá o que isso quer dizer. Só sabia que tinha um príncipe. Eu não via a hora de me separar do chinês, ele já estava me irritando sem me deixar um minuto nem para pensar. Dei um jeito de despistá-lo, ufa.


Essa foto em particular achei muito engraçada. Era uma loja de armas, e na vitrine tinha uma foto do príncipe. Não sei por que, mas desconfio que alguém não gosta muito desse príncipe, não.



Em Mônaco, as pessoas vão com suas Ferraris e Porsches ao cassino gastar uns 100 mil euros por dia (óbvio que estou chutando, mas vai saber se estou longe...). Foi bom conhecer um lugar como esse, ver como as pessoas vivem, quais são as diferenças culturais, hábitos etc. Gostei bastante.
No final da tarde voltei para Cap D'Ail e peguei o trem para Nice.













sexta-feira, 19 de março de 2010

Marseille

Após o trem noturno, fui pegar o trem para Marseille. Detalhe que todos estavam lotados, então não consegui reservar. Bom, arrisquei mesmo assim e peguei o primeiro trem que vi com direção à Marseille. Entrei na cara dura. Fui falar com o controlador e ele falou pra eu sentar na lanchonetezinha e esperar ele lá. Bom, pelo menos lá dentro eu já estava e não tinha como eu não chegar ao meu destino. Fiquei conversando com um palhaço parisiense (literalmente) quando o controlador chegou e falou: - É...você sabe que a reserva é 10 euros?
Respondi positivamente e comecei a procurar o dinheiro na carteira. Quando achei, voltei o meu olhar a ele e puff, ele havia sumido. Bom para mim, mas o cara é estranho, sejamos sinceros.
Cheguei lá sã e salva, peguei o metrô, e quando ia pegar o ônibus quem aparece do meu lado? Denis - o cabeção (meu irmão, pra quem não sabe). Os dois ficaram surpresos, pois íamos chegar em horarios diferentes. Que bom, assim foi mais fácil.
Após 45 minutos na fila do check-in no albergue, fomos atendidos por uma francesa de mal com a vida. Tive que pagar quase 3 euros a mais por dia porque não achei minha carteirinha da Hostelling International (no Brasil fui achá-la dentro da minha carteira, bem escondida). Fiquei pu...ahn, brava.








No outro dia acordamos cedinho para fazer um passeio nos Calanques (foi por isso que eu quis ir à Marseille). No albergue havia vários cartazes com os passeios que eles fazem.
Tomamos o café-da-manhã e fomos falar com a recepcionista. Esta não sabia de nada e parece que o grupo acabou saindo mais cedo por causa do mau tempo (?). O passeio era umas 7h, não sei que horas sairam então.
Fomos para o centro procurar wifi e descobrir onde alugar um caiaque para ir até os calanques. Acabamos passando por uns 3, 4 lugares que falaram que teria aluguel de caiaque, quando não tinha. Um motorista de ônibus praticamente serviu de taxista, nos levou para todos esses lugares e nos esperava para ver se deu certo. Fiquei feliz pois aí meu irmão soube que não são todos os franceses que são chatos. Afinal, havia aquele bom moço que não era (todos os outros eram).
Finalmente achamos o lugar certo de aluguel de caiaque, que era exatamente em frente ao albergue. Imaginem como ficamos felizes de descobrir que perdemos o dia procurando por isso, quando estava bem no nosso nariz.
O passeio foi bem divertido, o tempo estava ótimo e o Denis até que parecia um amigo meu, não meu irmão pentelho. A gente se deu bem, no final das contas.







Voltamos para o albergue para tomar banho e saímos em busca de comida. Só havia uma barraquinha de hot dog, então o Denis comeu lá mesmo. Eu fiquei com minhas queridas frutas.
De volta para o albergue, descobrimos que lá tinha wifi de graça (já vi essa história antes), então lá ficamos.
Nos despedimos, pois o Denis iria para Pisa na manhã seguinte.
Fui dormir e no outro dia percebi que era feriado, tudo estava fechado e os ônibus tinham horários diferentes. Adivinha se meu irmão teve que ir andando para a estação de trem (hihihi), porque sempre está atrasado e acha que tudo vai dar certo.
Fui para o centro e comprei um passeio para os 12 Calanques. Só uma palavra: Maravilhoso!!
Foi muito gostoso ver aquela paisagem toda natural. Água verde clara, formações rochosas, Sol, peixes etc. Fiz amizade com um mocinho que trabalhava lá e ganhei um suco de laranja, eeeee.
















Voltei para o albergue feliz, conversei algumas horas com a minha colega de quarto, que era dinamarquesa e fui dormir.
De lá peguei o trem para Mônaco.










quarta-feira, 17 de março de 2010

Berlim




Não sei muito bem o que falar sobre Berlim. Foi uma cidade à parte. Apesar de eu ter ficado 4 dias lá, sinto que não conheço quase nada. Primeiro porque choveu o tempo todo lá, mesmo! Segundo que descobri que a vida noturna lá é muito boa. Fui na mesma balada 2 vezes. Eu bem que podia ter ido em balada de metal ou industrial, estilos que gosto muito e tem de balde na Alemanha (obs: primeira expressão que uso acho que em toda minha vida). Mas nãooo, eu acabei indo numa balada chamada Havanna, que é de música latina. Valeu a pena.
No primeiro dia conheci esse cubano na foto aí de cima, que é dono de um restaurante lá. No outro dia apareci no restaurante e comi, bebi, dancei, tudo de graça. (oso oso oso, de graça é mais gostoso).
No 2º dia da balada, fui de metrô. Era umas 22h e pouco, não tinha muita gente, e peguei uma linha mais vazia ainda. Quando estou saindo do trem para fazer conexão, avisto uma cara conhecida. Chamo seu nome, que vem automaticamente em minha cabeça e era mesmo ele! Um amigo que conheci no kung fu havia muito tempo, e morava no bairro vizinho. Coincidência é pouco. Ele olhou para mim e ficou incoformado, totalmente sem reação. Acabamos não nos falando pois ele estava entrando no trem e eu saindo.
Quando cheguei na balada, descobri que era especial de reggaeton. Nossa, amei!!! Para quem não sabe, reggaeton é o estilo que mais me empolga e não consigo ficar parada quando ouço.
Lá, conheci um alemão novinho, de uns 22 anos, que falava alemão, inglês, francês, português e espanhol fluentes! Bom, pelo menos ele dançava mal...tenho medo de pessoas que fazem tudo muito bem. Há.









Meu albergue ficava no meio de uma floresta, mas nem passeei por lá, pois como citei anteriormente, só chovia. O albergue era demais: uma casa grande, com 2 salas de estar bem gostosas, com sofás, dvds, tv gigante, pebolim, violão, guitar hero, e ....uma lanhouse! Disso que eu aproveitei mais. Tinha fone, microfone, skype, msn, tudo...
Em Berlim conheci os principais pontos turísticos, fui a shoppings, comprei roupa, etc.
A cidade é repleta de avenidas longas e largas, isso me tira a vontade de conhecê-la a pé (adicione o fator chuva), então fiz quase tudo de ônibus e metrô.
A impressão que tive é que todos os estrangeiros que moram em Berlim não gostam de morar lá. A principal razão é o povo e depois o clima.





Quando eu estava em Berlim, recebi uma ligação da pessoa que eu menos esperava que me ligaria: meu irmão - vulgo cabeção.
Ele estava na Bélgica e queria me encontrar (acho que por isso que choveu todos os dias).
Bom, após minha estadia em Berlim, peguei um trem noturno para Paris e depois outro trem para Marseille, sul da fraça. Eu estava com medo de pegar gente chata na cabine do trem, mas tive sorte (a princípio). Eram 3 canadenses mochileiras e gentes boa (gente boas? gentes boas?). Conversamos bastante, contamos nossas experiências e escrevemos em nossos diários de viagem hihihi. Tiramos fotos loucas. Acima de cada cama, há um espelho, e dá pra brincar bastante com as fotos.
Quando estávamos todas empolgadas falando e tirando fotos, entra uma mulher ranzinza e já reclamando, dizendo que uma das meninas estava na cama dela. Pronto, ficamos todas de cara fechada e tivemos que parar de falar porque a "fofa" da intrometida queria dormir. O azar foi meu, que peguei a cama justo do lado da dela (que era da menina anteriormente).
Mas enfim, foi tudo bem divertido.


















domingo, 14 de março de 2010

Alemanha - Parte 4

Logo que cheguei em Nuremberg, já voltei para a estação de trem para ir para Rothenburg ob
der Tauber. Cidadezinha com um forte todo em volta, mas muito fofa.



Acho que 80% das lojas são de bonecos e brinquedos. Eu diria que é a cidade do natal. Quando cheguei lá subi numa torre que tinha que pagar 1,5 euro, mas dava pra ver a cidade inteira. O velhinho do caixa cobrou só 1 euro porque ele falou que ainda sou criança (não é totalmente mentira, sejamos sinceros). Ele tinha uma voz sinistra mas ao mesmo tempo tinha voz e e contava histórias como narrador de filmes infantis. Muito fofo, deu várias dicas da cidade.



Quando desci ele ficou na janelinha lá em cima fazendo tchau por uns bons 10 minutos.
Passeei um pouquinho, passei por ruazinhas de moradores e fui num parque. Numa rua, havia um velhinho carregando algo aparentemente pesado. Fui oferecer ajuda (em inglês), e ele respondeu que não precisava. Mas aí desenbestou a falar....ele deve ter contado a vida dele inteira para mim, mas como foi tudo em alemão, não entendi nada. Bom, eu avisei que não sabia falar alemão e ele continuou falando, acho que precisava desabafar. Mas era muito simpático e sorridente. Eu só ria o tempo todo hihihi. Gostei.




Essa loja aqui abaixo parecia pequena e bonitinha, então entrei. Nossa, era gigante e parecia um parque de diversões. Um brinquedinho mais bonito que o outro. Para aqueles malucos que vivem para o natal e começam a decorar suas casas para o natal 2 meses antes, eu recomendo fortemente a visitar essa cidade e levar umas 3 malas grandes.



Eu estava bem doentinha nesse dia. Nariz bem entupido, tossia e espirrava o tempo todo, me cansava de andar 10 minutos, etc. Talvez eu até estivesse com febre e não sabia. Comprei comida no mercado e fui cozinhar no albergue. Lá tinha 2 franceses que se conheceram no próprio albergue. Comemos juntos e nos demos extremamente bem. Um era doido e não fazia nada da vida além de viajar, meio hippie e tal. E o outro era novinho mas já tinha viajado e morado em vários lugares, e ia morar na Alemanha dali não muito tempo.


Depois chegou um turco bem doidinho que tocava violão clássico. Consegui arranjar um violão pra ele e o fiz tocar. Babei, ele tocava muito bem.
Ficamos conversando e brincando os 4, até umas 2h da manhã.
Foi muito difícil comer porque eu não conseguia respirar direito. Dava muita aflição.
No outro dia passeei por Nuremberg, mas não parou de chover, então não vi muito.
Mas as fontes de lá são as mais marcantes e loucas que já vi na vida.